Que é que as pessoas fazem quando
recebem críticas, em
especial críticas
injustas? Uns tentam se explicar; outros partem para a ofensiva. Jesus Cristo
contava histórias! Quando
criticaram o fato de ele sentar à mesa com pessoas de má fama, ele se defendeu, contando as parábolas
dos perdidos: a ovelha, a moeda, e o filho.
Todas essas parábolas estão em Lucas, capítulo
15.
Parábolas funcionam em dois níveis, o literal e o alegórico; o que
está escrito, e o que
a história significa. E para
entender o filho
pródigo é preciso
lembrar que
o pai representa Deus,
que se manifesta
em
Jesus Cristo; o filho mais moço representa as pessoas
de má fama; e o filho
mais velho
representa os piedosos, que criticavam a atitude de
Jesus, considerada por demais liberal.
O título “filho pródigo” sugere que a personagem principal
é o filho esbanjador ou mão-aberta (este o sentido de “pródigo”).
No entanto, esse título, acrescentado pelos editores do texto bíblico, é
enganoso. A personagem principal é o pai, que faz a conexão entre as duas partes
da narrativa. Por isso, já houve quem sugerisse o título de “a parábola
do pai amoroso”.
O ponto alto
da parábola é a discussão
entre o pai
e o filho mais
velho, que
ocorre bem no final.
O filho mais
velho reclama da atitude
bonachona do pai, e o pai tenta convencer esse filho ranzinza
a entrar em casa e festejar com os demais. Diante
disso, é preciso dizer
que, por
mais que
essa história seja apreciada de modo especial por gente que é como o filho mais moço, ela foi
contada por causa de gente como o filho mais velho e para gente como o filho mais velho.
Na Bíblia, essa parábola tem um
toque característico de muita literatura moderna: ela
termina sem concluir;
tem um final
em
aberto. A grande
pergunta é: Será que
o pai conseguiu convencer
o filho mais
velho a entrar
na festa? O texto
não responde. A rigor,
quem precisava responder
eram os piedosos daquele tempo – e os piedosos
de todos os tempos,
inclusive o nosso.
Rev.Vilson Scholz
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