domingo, 8 de setembro de 2019

Damasco deixará de ser Cidade...

Nas últimas semanas, uma imagem alvoroçou as redes sociais. Era a foto de uma página da Bíblia com o texto de Isaías 17.1 grifado: "Eis que Damasco deixará de ser cidade e será um montão de ruínas".

Segundo algumas pessoas, esse texto seria uma profecia bíblica a respeito da atual guerra na Síria e da destruição de sua capital, Damasco. Será? "Pode isso, Arnaldo?" Claro que não! A regra é clara: Isaías profetizou a invasão de Damasco pelo Império Assírio, sob comando de Tiglate-Pileser III, em 732 a.C. Isso mesmo! A profecia se cumpriu há mais de 2.700 anos. Isso significa que o texto NÃO TEM NADA A VER com a guerra atual na Síria.

Dizer que Deus está causando a guerra na Síria é pregação religiosa da pior qualidade. É evangelho falsificado! É cruel justificar ou explicar as ações irresponsáveis dos "chefões da guerra", como Bashar al--Assad e o Estado Islâmico. É tendencioso e cruel citar uma profecia bíblica para dar ares de "guerra santa" às intervenções dos governos turco, russo e outros. Prefiro direcionar o olhar para outro trecho do livro de Isaías: "Mas ele foi traspassado por causa das nossas transgressões e esmagado por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos sarados" (53.5). Essa profecia se refere a Jesus e revela que o Messias é esmagado por causa dos pecados humanos.

Jesus chora e sofre com cada criança, jovem e adulto atingido pela guerra na Síria. Apesar de NÃO conseguir responder satisfatoriamente por que Deus permite essa guerra, posso dizer que Jesus sofre com os que choram e que suas feridas na cruz trazem cura para a humanidade. A voz e as ações dos cristãos devem se levantar contra toda e qualquer injustiça. Esse era um dos trabalhos dos profetas de Israel, que denunciavam as injustiças
de seu tempo, defendendo as viúvas, os refugiados e os órfãos, por exemplo. Levar Cristo para todos também significa trabalhar por justiça e paz. Orar e zelar pela "paz na cidade" foi o clamor do profeta Jeremias.

Nós aguardamos com ansiedade e confiança pelo dia em que outra profecia que Isaías escreveu seja completada: "Não haverá nela criança que viva somente alguns dias. [..] O lobo e o cordeiro pastarão juntos. [...] Não se fará mal nem dano algum em todo meu santo monte"(Is 65.20,25). Este será um dia glorioso de paz e felicidade eternas. A certeza de que essa profecia será cumprida nos enche de esperança e ânimo para levar o Evangelho a todos, anunciando o Cristo Salvador com palavras e ações.

Pastor Mário Rafael Yudi Fukue

domingo, 1 de setembro de 2019

O Ofertório

"Cria em mim ó Deus, um puro coração e renova em mim um espírito reto. Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu Espírito Santo. Torna a dar-me alegria da tua salvação e sustém-me com um voluntário espírito. Amém."

O ofertório, ao contrário do que muitos podem pensar, não é um cântico de conclusão do sermão. Inicia-se com ele a segunda parte do culto, onde nos oferecemos como um todo: o nosso coração, dons, tempo e bens para o serviço da igreja. No ofertório estão contidos três partes:
 O "Cria em mim", que não é uma conclusão ao sermão e sim o início de uma nova parte litúrgica, é feito de palavras do Salmo 51.10-12. É um ofertório porque, com estas palavras,
estamos nos oferecendo a Deus, pedindo que Ele nos transforme, nos dê nova vida, novo
coração  - no poder do Espírito Santo. É, sem dúvida, uma bela oração. Nela, entregamos nosso coração e nossa vida à Jesus.

O recolhimento das ofertas vem como algo natural. As ofertas são a manifestação exterior de nossa dedicação interior a Deus. Seu recolhimento é um ato de culto, não um mero intervalo para "recolher" dinheiro. A oferta é um ato de louvor e gratidão a Deus, por isso ela não é lei e nem obrigatória, nem deve ser um peso, mas sim, um reconhecimento de tudo o que Deus fez e faz, e assim ela se torna um momento de gratidão a Deus.

A oração geral é um complemento litúrgico as ofertas. Nela se ora por tudo e por todos, razão do nome de "oração geral". Através dela, a igreja faz uso desse maravilhoso meio pelo qual falamos com Deus e trazemos a Ele os nossos pedido e agradecimentos.

Pastor Felipe Euzebio