sábado, 31 de março de 2012
segunda-feira, 26 de março de 2012
Ata da Assembleia Geral Ordinária 2
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quinta-feira, 22 de março de 2012
A minha lista para 2012
No filme “Antes de partir”, lançado em 2007, um mecânico interpretado por Morgan Freeman é submetido a um tratamento experimental para combater o câncer. Seu companheiro de quarto hospitalar é o próprio dono do hospital, um homem muito rico, interpretado por Jack Nicholson.
De forma dramática e cômica, o enredo da história revela um mundo de emoções que contagiam e fazem refletir sobre escolhas na vida. Ao receberem a notícia de que ambos têm pouco tempo de vida, elaboram uma lista de coisas que gostariam de fazer antes de morrer e fogem do hospital. Item por item, a lista é seguida à custa do ricaço: pulam de paraquedas, pilotam carros de corrida, fazem viagens pelo mundo. Em certo momento, eles estão no Egito apreciando o pôr-do-sol próximo às Pirâmides. Então, um deles comenta que no antigo Egito havia a crença de que, quando uma pessoa morria e chegava à presença de Deus, lhe era perguntado: - Você encontrou alegria em sua vida? Você proporcionou alegria para os outros? Dependendo da resposta, a pessoa era admitida no paraíso.
A fé cristã nos mostra o jeito certo para ser feliz, proporcionar felicidade aos outros e entrar no paraíso. Mas, penso que este filme tem um recado especial para nós, pessoas que confessam com Paulo que “viver é Cristo e morrer é lucro” e, por isso, com o mesmo sentimento ambíguo: “se eu continuar vivendo, poderei ainda fazer algum trabalho útil. Então não sei o que escolher. Estou cercado pelos dois lados” (Fp 1.22-23). Digo isso, porque só elaboramos uma lista de prioridades quando temos que encarar a morte eminente, ou quando somos obrigados a deixar para trás coisas importantes que não valorizamos. Por exemplo, após passar os 365 dias de 2011, descobrir que perdemos muitas coisas por simples desleixo, teimosia e ignorância.
Quando Paulo escreve esta carta aos filipenses, ele está na cadeia e percebe o advento da sua morte. Nesta situação, ele pega a sua lista e desabafa: “O meu grande desejo e a minha esperança são de nunca falhar no meu dever” (1.20). Este também deveria ser o nosso anseio: nunca falhar no dever. Algo parecido com o doloroso drama de Flávio, membro da minha congregação, que visitei quando escrevia estas linhas. Aos 50 anos, tem um tumor na cabeça, perdeu os movimentos do corpo e respira com a ajuda de aparelhos. Antes de receber a Santa Ceia, lembrou-se de seu filho de nove anos e o desejo de ir ao culto. Voltei para casa com o coração partido, pensando nos meus filhos, no privilégio de poder ir aos cultos e em todas as bênçãos que desfruto.
No filme, depois de muitas viagens pelo mundo, a doença do mecânico se agrava e eles precisam voltar para casa. E é em casa que eles descobrem que o melhor da vida é “o agora”, na companhia de pessoas que tanto amamos. É um tanto perigoso viver “o agora”, pois pode gerar irresponsabilidades. Mas é a pura verdade que, quando passamos boa parte da vida querendo viver o amanhã e desprezando as oportunidades do presente, um dia vamos olhar para trás e nos arrepender por coisas que deixamos de fazer. Creio que esse sentimento de contrição é comum, pois todos aprendem errando.
No entanto, têm coisas que podemos aprender antes de errar. Uma maneira é olhar a vida dos outros, pelos seus bons e maus exemplos. Igual a história do jogador Sócrates que desperdiçou seu talento, sua inteligência e a própria vida com o álcool.
Ninguém sabe quanto tempo de vida ainda lhe resta, mas todos têm noção de que ela é finita e passa correndo. Temos uma lista? Queremos conhecer lugares, pular de paraquedas? Cada um projeta o que está no coração e no alcance de realizar. No entanto, o que faríamos se soubéssemos que temos pouco tempo de vida?
Não precisamos de uma notícia assim para rabiscar uma lista. Foi Jesus quem disse: “O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida verdadeira? Pois não há nada que poderá pagar para ter de volta esta vida” (Mc 8.36-37). Esta vida nós já temos, e a morte não pode tirá-la de nós. Cada minuto, cada hora, cada dia de 2012 são uma nova oportunidade para cumprir o nosso dever, o dever de amar aqueles que estão próximo, ao nosso lado...
Pastor Marcos Schmidt
terça-feira, 20 de março de 2012
terça-feira, 13 de março de 2012
Ata de Reunião Ordinária de Diretoria 22
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terça-feira, 6 de março de 2012
Então, vire a página...
Nossas vidas são feitas de um constante “virar de páginas”. E a cada virada é certo o que disse o poeta Lulu Santos: “Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia”. Ah! Como temos percebido essa verdade!
Como leigo ativo em minha congregação, por vezes pensava que talvez Deus pudesse querer mais de mim; mais do que o sentar-se e o ouvir de sua Palavra em cultos, estudos bíblicos e nas ligas. Mas confesso: não foi fácil virar a página da estabilidade familiar, emprego, finanças, enfim aquela página que já estava bem estabelecida com esposa e dois filhos. Fui resistindo. Até que certa vez, em ocasião do Congresso Nacional da LLLB, pelas palavras do Diretor do Seminário Concórdia, Deus estava definitivamente me chamando: “Vende tudo o que tens e segue-me”.
Talvez, eu não quisesse ter de virar aquela página. Talvez, quisesse lutar contra as confissões de minha própria Igreja que, ao primar por decência e ordem obedecendo às vocações dadas por Deus, estabelecem, especialmente em seus artigos V e XIV¹, que algumas páginas precisam ser preenchidas antes de alguém assumir púlpito e altar. Mas pudera pensar assim! Faltava-me a página do conhecimento! Especialmente aquela do ver como Deus atua de forma paciente e longânima, valendo-se das pessoas a nossa volta, bem como de ordem, autoridade e praxes, em seu processo de capacitação.
Na página dos seis anos de Seminário Concórdia, aos poucos, fui percebendo que eu não fui o único a ter de esperar. Verifiquei que os discípulos de Jesus, depois Paulo, Timóteo, Lutero, todos foram preparados antes de assumirem a vocação ao Santo Ministério. E percebi que o processo pode ser, e precisa ser, lento para também ser forte.
Talvez sejam necessários ainda a mim, outros seis, 12, 18 anos, pois logo ali à frente, a partir de 2012, outra página precisará ser virada. Esta, a do teologando, ficará para trás. E uma nova, a do ser pastor, será iniciada.
Não! Eu não me sinto completamente preparado.
Novamente a história se repete... Talvez, eu não queira virar também essa página. Talvez, queira lutar contra o chamado de Deus e ficar na segurança das salas de aula. Aprender mais! Me preparar mais!
Mas nossas vidas são feitas de um constante “virar de páginas”. E agora sei que Deus, por sua graça, amor e misericórdia, continuará, página por página, construindo um ministério fiel. Por isso, nunca é tarde para atender ao seu chamado.
Ele não quis que anjos anunciassem o seu Evangelho. Ele quis que pecadores falassem de perdão. Eu sei, e como sei, que pode ser difícil virar a página da comodidade, abandonar a parentela e vir ao Seminário para ser capacitado ao santo ministério. Mas também sei que em nenhum outro lugar se pode ter páginas tão recheadas de bênçãos de Deus. Páginas marcadas, vividas, não apenas ouvidas. Páginas que a cada virada mostram o seu imenso valor.
Estou convicto de que Deus nos chama em todas as etapas e fases de nossas vidas. Nenhum chamado é tardio!
Talvez você, amigo leigo, tenha em seu coração também essa vontade e certeza: pregar a Palavra e administrar os sacramentos. Então, vire a página! Permita-se confiar em Deus! Venha viver a página do Seminário Concórdia! Essa, lhe garanto, será incomparável!
¹.Confissão de Ausburgo: “Para conseguirmos essa fé, instituiu Deus o ofício da pregação, dando-nos o Evangelho e os sacramentos...(Artigo V)”; “Da ordem eclesiástica se ensina que sem chamado regular ninguém deve publicamente ensinar ou pregar ou administrar os sacramentos na igreja. (Artigo XIV)”
Texto de Ondiekson F.Lenke