quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Notícias falsas na internet

          As notícias falsas na internet se espalham mais facilmente do que os textos verdadeiros, diz um estudo realizado por uma escola de tecnologia dos Estados Unidos. Estima-se que a mensagem falsa tem 70% mais chances de ser retransmitida (retuitada, no jargão da rede social) do que uma verdadeira. O que não é nenhuma novidade quando a mentira sempre teve mais poder do que a verdade. O fato novo, hoje, sem dúvida, é a internet, com capacidade espantosa para propagar as notícias.

          O assunto está tirando o sono de muitos politicos. Tanto que existe um projeto de lei em Brasilia que propõe colocar na cadeia aqueles que divulgam falsidades pelas redes sociais. E criar outro problema quando não tem polícia nem presídio que chega para bandidos que roubam e matam na vida real. E quem vai julgar o que é verdade e o que é mentira? Em todo o caso, num ano de eleições é preciso tomar todo o cuidado para não acreditar ou passar adiante tantas falsidades.

          Mas, e quando o assunto é religião? Os estragos são incalculáveis. A mentira, a gente sabe, é coisa diabólica. Quando nem existia o poder destruidor da internet, o
próprio Jesus afirmou que o diabo é o pai da mentira (Jo 8.44). Um mal que seria apenas
deste anjo perverso se o Salvador não dissesse "vocês são filhos do diabo". Disse isso para que todos mordam a língua. Afinal, "todos mentem e enganam sem parar" (Rm 3.13). Uma doença que tem raiz profunda, "porque é do coração
que vêm [...] as mentiras e as calúnias (Mt 15.19), conforme resposta de Jesus aos
fariseus que acreditavam que as impurezas vinham de fora.

          Por isso, enquanto querem criminalizar e colocar na cadeia os mentirosos da internet, o Senhor Jesus tem um jeito bem mais interessante: "Se vocês continuarem a obedecer aos meus mandamentos, serão, de fato, meus discípulos e conhecerão a verdade, e a verdade os libertará" (Jo 8.31,32). É evidente que isso nunca vai ser a solução para acabar com as mentiras no mundo da "pós-verdade" Aliás, esse é o novo termo que os dicionários carregam, que define "situações onde os fatos importam menos que as emoções para moldar a opinião pública. Ou seja, num planeta dividido em interesses pessoais e coletivos, "verdade", hoje, é o meio para alcançar o objetivo, mesmo que seja uma mentira. É o velho jeito onde os fins justificam os meios.

          A própria notícia da ressurreição de Jesus foi alvo de boatos já na primeira Páscoa cristã. Narra o evangelista Mateus que "os chefes se reuniram com os líderes judeus
e fizeram os seus planos". Foi a mãe de todas as fake news. Os boateiros deram uma grande quantia de dinheiro aos soldados romanos e ordenaram: "Digam que os discípulos dele vieram de noite e, quando vocês estavam dormindo, eles roubaram o corpo". Felizmente, a mentira sempre teve perna curta, com ou sem internet. Tanto que a Biblia
afirma: "Mas, a verdade é que Cristo foi ressuscitado. Cabe a nós, discípulos de Jesus, viver e testemunhar a Verdade. Na internet e em qualquer lugar.

Pastor Marcos Schmidt

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