As notícias falsas na internet se espalham mais facilmente do que os textos verdadeiros, diz um estudo realizado por uma escola de tecnologia dos Estados Unidos. Estima-se que a mensagem falsa tem 70% mais chances de ser retransmitida (retuitada, no jargão da rede social) do que uma verdadeira. O que não é nenhuma novidade quando a mentira sempre teve mais poder do que a verdade. O fato novo, hoje, sem dúvida, é a internet, com capacidade espantosa para propagar as notícias.
O assunto está tirando o sono de muitos politicos. Tanto que existe um projeto de lei em Brasilia que propõe colocar na cadeia aqueles que divulgam falsidades pelas redes sociais. E criar outro problema quando não tem polícia nem presídio que chega para bandidos que roubam e matam na vida real. E quem vai julgar o que é verdade e o que é mentira? Em todo o caso, num ano de eleições é preciso tomar todo o cuidado para não acreditar ou passar adiante tantas falsidades.
Mas, e quando o assunto é religião? Os estragos são incalculáveis. A mentira, a gente sabe, é coisa diabólica. Quando nem existia o poder destruidor da internet, o
próprio Jesus afirmou que o diabo é o pai da mentira (Jo 8.44). Um mal que seria apenas
deste anjo perverso se o Salvador não dissesse "vocês são filhos do diabo". Disse isso para que todos mordam a língua. Afinal, "todos mentem e enganam sem parar" (Rm 3.13). Uma doença que tem raiz profunda, "porque é do coração
que vêm [...] as mentiras e as calúnias (Mt 15.19), conforme resposta de Jesus aos
fariseus que acreditavam que as impurezas vinham de fora.
Por isso, enquanto querem criminalizar e colocar na cadeia os mentirosos da internet, o Senhor Jesus tem um jeito bem mais interessante: "Se vocês continuarem a obedecer aos meus mandamentos, serão, de fato, meus discípulos e conhecerão a verdade, e a verdade os libertará" (Jo 8.31,32). É evidente que isso nunca vai ser a solução para acabar com as mentiras no mundo da "pós-verdade" Aliás, esse é o novo termo que os dicionários carregam, que define "situações onde os fatos importam menos que as emoções para moldar a opinião pública. Ou seja, num planeta dividido em interesses pessoais e coletivos, "verdade", hoje, é o meio para alcançar o objetivo, mesmo que seja uma mentira. É o velho jeito onde os fins justificam os meios.
A própria notícia da ressurreição de Jesus foi alvo de boatos já na primeira Páscoa cristã. Narra o evangelista Mateus que "os chefes se reuniram com os líderes judeus
e fizeram os seus planos". Foi a mãe de todas as fake news. Os boateiros deram uma grande quantia de dinheiro aos soldados romanos e ordenaram: "Digam que os discípulos dele vieram de noite e, quando vocês estavam dormindo, eles roubaram o corpo". Felizmente, a mentira sempre teve perna curta, com ou sem internet. Tanto que a Biblia
afirma: "Mas, a verdade é que Cristo foi ressuscitado. Cabe a nós, discípulos de Jesus, viver e testemunhar a Verdade. Na internet e em qualquer lugar.
Pastor Marcos Schmidt
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