Na quarta
quinta-feira do mês de novembro de cada ano, celebramos – aqui no
Brasil – o Dia de Ação de Graças. Quer dizer, pelo menos consta
em nosso calendário. Mas ele consta no calendário apenas para
lembrar-nos de responder ao amor de Deus com ação de graças pelas
muitas dádivas e bênçãos que dele recebemos diariamente em nossa
vida.
Com o profeta Jonas,
queremos aprender a louvar e agradecer a Deus todos os dias da nossa
vida, não só nos dias e em situações especiais, como aconteceu na
vida do profeta que, ao ser chamado por Deus, tentou fugir dele,
achando que isso era possível. Mas logo mudou de ideia e disse: “Mas
eu cantarei louvores, e te oferecerei sacrifícios, e cumprirei o que
prometi. A salvação vem de Deus, o Senhor” (Jn 2.9).
Essa oração é
diferente de todas as orações. Ela foi feita dentro da barriga de
um grande peixe. Quem a fez foi Jonas, o profeta fugitivo. Salvo do
temporal, engolido por um peixe, ele lembra de agradecer a seu Deus e
Salvador.
Hoje o sino da
igreja pode bater o dia inteiro, mas não me levará ao culto. O que
fazer na igreja? O pastor sempre fala a mesma coisa, dizendo que
Jesus é o nosso Salvador. Não tenho nada para agradecer a Deus. Ou
devo agradecer porque o milho apodreceu na roça, porque os
gafanhotos comeram o trigo, porque a chuva de pedras destruiu o meu
pomar? Assim resmungava um sitiante em uma manhã de domingo. A
senhora que mais tarde relatou esse fato, ouvindo as murmurações do
esposo, mandou a filhinha para junto do pai e dar um recado.
A menina sentou no
colo do pai e disse: – Mamãe disse que o senhor é para ir junto
ao culto. Mamãe disse que temos muita coisa para agradecer a Deus.
Mamãe disse que o senhor sempre tinha saúde para trabalhar, que o
galpão está cheio de milho, que sempre tinha pão e manteiga na
mesa, que sempre passeamos com o nosso carro, que eu estou aqui de
novo depois que o médico disse que eu iria morrer. Vamos papai!
Vamos ao culto agradecer a Deus por tudo isso.
O pai mudou seu
pensamento graças ao testemunho de sua esposa e de sua filha. Foi ao
culto e, com a congregação, cantou o grande hino da gratidão:
Louva ao Senhor/ que abençoa-te visivelmente. / Chove, amoroso, dos
céus/ seus dons, torrencialmente. / Lembra-te bem: / toda a bondade
te vem / do Senhor onipotente.
Quem somos nós para
murmurar contra Deus? Tudo o que somos e possuímos são dádivas do
Senhor. Deus dá tudo por sua graça e misericórdia, e sempre dá
bastante. Mas nós, como aquele dono de sítio, nem sempre vemos e
reconhecemos as bênçãos de Deus. É necessário, muitas vezes, que
nossa esposa e nossa filha nos abram os olhos para a riqueza da graça
que vem do Alto.
Jonas, o profeta
fugitivo, apenas se lembrou das bênçãos de Deus, de oferecer
sacrifícios de gratidão e de pagar os seus votos quando se
encontrava no ventre de um grande peixe, dizendo: Mas eu cantarei
louvores e te oferecerei sacrifícios, e cumprirei o que prometi. A
salvação vem de Deus, o Senhor!
Sabendo que tudo
pertence a Deus, e sabendo que ele espera a nossa gratidão,
ofereçamos sacrifício com voz de agradecimento, com a certeza da
confissão do Jonas renovado: Tu me salvaste da morte, ó Senhor, meu
Deus. Eu cantarei louvores ao Senhor. A salvação vem de Deus, o Senhor.
Senhor, abre os meus
lábios, e cantarei o teu louvor. Amém.
Leopoldo Heimann
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