segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Encontro Regional em Nova Prata/RS

Servas da São Lucas participaram do Encontro Regional em Nova Prata/RS dias 08 e 09/11.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Dançando na Sepultura do Diabo


O Halloween se tornou um feriado comercial importante nos Estados Unidos, o segundo em lucro potencial, perdendo apenas para a época do Natal. Uma família americana média já gasta mais de 100 dólares cada ano em truques, presentes e decorações assustadoras.

O que nós cristãos fazemos com o Halloween? É diversão inocente ou algo a ser evitado?

História

Halloween é a abreviatura de All Hallows Eve [Véspera de Todos os Santos], ou seja, a noite antes do Dia de Todos os Santos, um dia santo cristão no qual os crentes honravam os santos (aqueles “santificados” [hallowed]), os heróis e mártires da fé. Para os luteranos, All Hallows Eve [Véspera de Todos os Santos] é também o Dia da Reforma, o dia em que Martinho Lutero afixou suas 95 Teses para debate na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg.

Na Idade Média, as pessoas tinham uma profunda percepção do demoníaco. Basta pensar no hino da Reforma de Lutero “Castelo Forte”: “O mundo venham assaltar demônios mil, furiosos, jamais nos podem assombrar”. As pessoas acreditavam que os demônios estavam em atividade especialmente na véspera de Todos os Santos [All Hallows Eve]. As pessoas esculpiam cabeças com caras feias e as colocavam fora para guardar suas casas. É similar à prática de esculpir gárgulas grotescas sobre os bicos de drenagem das catedrais para afastar demônios. As pessoas desfilavam nas ruas vestidas com trajes e máscaras para confundir os demônios e frustrar seus planos.

O dia santo de Todos os Santos tinha tudo mas acabou, especialmente no cristianismo protestante, que mal reconhece os santos e muito menos os honram. A cultura popular deu sua interpretação para All Hallows Eve [Véspera de Todos os Santos] e o transformou em outro truque de fazer dinheiro. Grande parte da diversão é inocente, embora ruim para os dentes. As crianças se vestem como Power Rangers, bailarinas e Bob Esponja e se fartam com os doces pedido aos vizinhos com licença especial dos pais e dentistas.

No entanto, há um lado mais escuro, mais sinistro do Halloween. Grupos satânicos e pagãos fizeram do Halloween seu próprio e especial “grande dia santo”. Os protetores de animais alertam os proprietários de gatos pretos a mantê-los dentro de casa para que eles não sofram danos. Uma noite que uma vez foi de confronto com o diabo se tornou uma celebração de todas as coisas diabólicas. A velha natureza sempre prefere as trevas que a Luz.

Convém aos cristãos participar? A resposta poderia ser um “não” a todo vapor, fundamentalista. Mas toda estrada tem dois lados, e o Halloween não é exceção.

De um lado

Há o perigo de tomar a morte e o diabo com muita leviandade. Não se engane: O diabo é real. Ele não é um cara vermelho com uma cauda pontuda e um tridente. Ele é um mentiroso, o pai da mentira e um assassino. Ele se disfarça de anjo de luz, parecendo ser muito religioso, a fim de enganar as pessoas e chamar a sua atenção para longe de Jesus Cristo (2 Co 11.14).

Um crente batizado pertence inteiramente ao Senhor e não tem comunhão com o diabo e seus demônios. Assim, quando os cristãos tomam parte no lado sombrio do Halloween, pode criar a falsa impressão de que a morte e o diabo não são um negócio sério ou que está tudo bem para os cristãos jantar com o diabo de vez em quando, contanto que suas colheres sejam longas o suficiente. Nenhum cristão fiel, que leva o pecado a morte e o diabo a sério iria querer alguma coisa com isso.

Do outro lado

Há o perigo de levar o diabo muito a sério. Ao contrário do que alguns tipos impressionáveis parecem acreditar, o diabo não é todo-poderoso, onisciente, onipotente, ou presente em toda parte. Ele é um anjo caído, uma criatura de Deus que se voltou contra o seu Criador. Ele está preso e derrotado pela morte e ressurreição de Jesus. Ele é um mentiroso e um perdedor e sua única esperança, com o pouco tempo que lhe resta, é convencer o mundo de que a morte de Jesus na cruz não é suficiente para nos salvar.

Jesus Cristo venceu a morte por todas as pessoas, de uma vez por todas. Ele derrotou o diabo com sua morte na cruz. Podemos viver em confiança, sem medo da morte e do diabo, sabendo que Deus está em paz conosco na morte de Jesus, que Jesus ressuscitou dentre os mortos e que nós também seremos ressuscitados. Cristo venceu. O diabo está derrotado. “Julgado ele está; vencido cairá” [Castelo Forte].

O caminho do meio

Jesus não foi pendurado em uma cruz para que seus cristãos saíssem por aí com um olhar severo em seus rostos, julgando todos à sua volta. Quando cristãos se tornam excessivamente críticos do Halloween, podem criar a falsa impressão de que Jesus não reina desde já sobre todas as coisas, incluindo o diabo, e que Ele não venceu a morte através da sua morte e ressurreição ou que o diabo deve ser temido mais do que Deus.

Um pietismo carrancudo da parte dos cristãos confirma a noção equivocada do mundo de que o cristianismo não é nada mais do que uma religião de regras traçadas por babás moralistas que querem tirar a diversão de tudo. Martinho Lutero nos lembrou que precisamos aborrecer o diabo em todas as chances que temos. Lutero fez isto muitas vezes de maneiras bastante pitorescas. O Halloween certamente oferece a oportunidade de zombar "o velho e malvado inimigo".

Tendo definido os lados, vamos voltar à questão que começou toda esta discussão. Convém aos cristãos participar do Halloween? Tudo depende. É claro que não imagino crentes batizados em Jesus Cristo dançando na floresta em torno de fogueiras, enquanto cantam orações pagãs para a deusa mãe ou sacrificando gatos pretos, não obstante todo o liberalismo ecumênico. Por outro lado, a principal obra do diabo é nos afastar da morte e ressurreição de Cristo e nos fazer focar em nossas próprias obras, orações e piedade. Ele parece estar fazendo um trabalho consideravelmente decente do que no mega-cristianismo. Falando de maneira geral, a bobagem cultural associada com o Halloween tem quase tanto a ver com o diabo quanto o Natal hoje tem a ver com a encarnação do Filho de Deus.

Como vamos decidir? 

O amor do próximo e a preocupação com a sua salvação vai nos dar uma pausa para algumas perguntas. O que seu próximo, sua família, seus filhos, seu irmão ou irmã em Cristo pensará da sua celebração do Halloween? Será que vai ajudar ou atrapalhar a sua fé em Jesus? Será que sua diversão no Halloween testemunha a vitória e a liberdade da morte de Jesus e a ressurreição, ou ela exalta os poderes das trevas e da morte? Será que dá atenção indevida às trevas e ao demoníaco, ou zomba das coisas que já foram derrotadas? Você é capaz de falar francamente sobre a realidade da morte e do diabo com seus filhos e dizer-lhes da vitória de Jesus?

Liberdade em Cristo é sempre temperada pelo amor ao próximo. Você está completamente livre em Jesus para servir o seu próximo em amor (Rm 14.1-23).

No final, você deve decidir por si mesmo como e até que ponto você e sua família irão participar das festividades de Halloween. O contexto é importante. A milhagem local pode variar. O melhor conselho que posso dar é aborrecer o diabo, honrar a Cristo e tirar aquele olhar severo de seu rosto. Lembre-se de quem você é através do Santo Batismo: um sacerdote batizado no santo sacerdócio de Cristo “a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2:9).

Rev. William M. Cwirla