Certa vez, um grupo de escoteiros
foi realizar um acampamento de verão. Chegando ao bosque, o chefe do grupo
começou a inspeção nas mochilas dos garotos, de acordo com uma lista
previamente fornecida. Qual não foi a surpresa quando encontrou na bagagem de
um deles comprimidos para resfriados, mercúrio-cromo, esparadrapo, um grosso
cobertor, dois pares de meias de lã, um cachecol e um guarda-chuva desmontável.
“Por que você trouxe essas bugigangas em pleno verão?”, perguntou o chefe. “Chefe,
será que o senhor nunca teve uma mãe?”, respondeu o menino.
Já vi no futebol muitos jogadores
que marcam seus adversários com extrema competência. Em se tratando da vida no
lar, pode-se dizer que a tarefa da “marcação cerrada” cabe às mães.
Apenas ela escuta, com seu ouvido
biônico, o simples sussurrar do bebê no meio da noite. E levanta para ver o que
aconteceu. Quando o filho é bebê, a marcação acontece até quando dorme: a mãe
fica acordada só olhando ele dormir. Quando o filho já é maior, a mãe mesmo
assim o coloca para dormir e canta para ele.
Isso sem falar nos conselhos: “Leve
guarda-chuva!” ou “Está levando um casaco de frio?” – mesmo que estejamos em
janeiro. Está sempre perguntando se queremos comer alguma coisa. Quando nos
atrasamos para o almoço ou demoramos a chegar, o celular toca: “Vai demorar?” E
ainda reclama que o filho não liga...
Elas querem saber aonde vamos, onde
fica esse lugar, o que é propriamente esse lugar, quem são nossas companhias, a
que horas retornaremos e assim por diante. Elas querem conhecer nossos amigos,
querem que eles entrem em casa, que contem de suas famílias, o que fazem e do
que gostam. Querem conhecer bem e profundamente a futura nora, ver suas
habilidades e contar para elas do que o filhinho gosta.
Uns chamam de exagero. Na verdade,
chama-se “amor maternal”. E provavelmente eles só entenderão esse amor o dia
que forem mães ou pais. E amarem incondicionalmente. E se preocuparem. E não
dormirem. E cuidarem de alguém mais do que cuidam a si próprios.
Nesse dia os filhos também
compreenderão melhor o amor de Deus. Um Deus que faz uma “marcação cerrada” com
cada um. Não para tolher a liberdade. Mas justamente para concedê-la sem
esperar pelo pior. Às vezes achamos que já somos tão donos do próprio nariz que
não precisamos mais daquele “telefonema divino” da Sua Palavra, nem do “casaco
divino” de Seus conselhos, muito menos da “canção divina” do perdão para
dormirmos em paz, sem ansiedade ou preocupações quanto ao amanhã.
O legal disso tudo é que, mesmo com
nossa birra, mau humor e incompreensão, mãe é mãe. Ela não faz caso do nosso
nariz torcido e continua sempre igual. Na “marcação cerrada”, em profundo amor,
carinho e dedicação para uma vida feliz.
O mais legal, porém, é que Deus já
nos mostrou, em Jesus, que Sua “marcação é ainda mais cerrada”: revela amor,
carinho, dedicação para uma vida feliz e... eterna.
Rev. Júlio Jandt
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