sábado, 28 de setembro de 2013
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
sábado, 21 de setembro de 2013
1º Encontro Campeiro
No dia 14 de setembro
tivemos o 1º Encontro Campeiro da Congregação São Lucas no Acampamento
Farroupilha de Porto Alegre.
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Video de homenagem aos pais
No
fim do culto do dia 11/08/2013 as crianças da Comunidade São Lucas fizeram uma
bonita homenagem aos pais.
Caso quiser ter em seu computador,
é só clicar aqui
Gravado por Cristina Aguiar.
terça-feira, 10 de setembro de 2013
Lei e Evangelho
O ser humano sempre vive e passa por diversas situações:
tempos difíceis, sentimentos de culpa, doenças e muitas mágoas. E as perguntas
continuam a ser feitas: por que isso acontece comigo? O que eu fiz para merecer
tanta angústia? Será que ainda existe alívio e consolo no meu caso?
Esse tipo
de questionamento sempre houve e sempre haverá, pois a realidade não pode ser
negada: sofremos, necessitamos de consolo e encorajamento. Em razão disso,
várias denominações religiosas se aproveitam das pessoas para fazer do consolo
o seu “produto de mercado”, oferecendo prosperidade, cura, paz, tudo em troca
de bens e dinheiro. Muitos pregam e falam apenas o que as pessoas gostam de ouvir.
Diante dessa realidade, há uma pergunta a ser feita: de acordo com a Palavra de
Deus, esse é o verdadeiro consolo?
Bem,
nesse contexto, é bom abrirmos o nosso Livro de Concórdia (o conjunto das
nossas confissões doutrinárias), mais especificamente sobre o artigo V da
Fórmula de Concórdia, para vermos o que ele nos diz a respeito do que devemos
anunciar. Os confessores afirmam “que a distinção entre lei e evangelho, como luz
especialmente gloriosa, deve ser mantida com grande diligência na igreja”.
Infelizmente,
muitas denominações religiosas caíram no perigo chamado antinomismo. Antinomismo
pode ser entendido de várias formas, mas no Artigo V ele possui um fundo
histórico ligado a uma das controvérsias da época (1527-1556) – de um grupo que
quer defender a liberdade cristã eliminando inteiramente a pregação da Lei da
igreja e do púlpito. Klug e Stahlke, de forma muito clara, explicam o que é
antinomismo: “O significado fundamental de ‘antinomismo’ é oposição à Lei. No campo
teológico, esta ‘anti-lei’ se opõe à Lei de Deus com uma força contínua na vida
do crente. A teoria é que, uma vez que o homem tenha sido regenerado e chegado
à fé, já não necessita dos mandatos e ameaças da Lei. A verdadeira contrição e
arrependimento, mesmo o conhecimento do pecado, assim se pensa, é obra
unicamente do Evangelho. Ao experimentar a bondade e a misericórdia de Deus, o
regenerado tem motivo suficiente para sentir pesar por seus pecados e
arrepender-se”.
A teologia bíblica não concorda com o
antinomismo, mas cremos, ensinamos e confessamos que a Palavra de Deus se dá
através da Lei e do Evangelho, e assim deve ser mantido e pregado sempre na
igreja, mas em ordem certa e com a devida distinção.
Para que serve a Lei?
Aprendemos no Catecismo Menor que a Lei serve para um fim triplo: 1º: mantém a
ordem e a honestidade exterior no mundo (freio); 2º: ensina aos homens a
reconhecerem os pecados (espelho); 3º: mostra ao regenerado quais são as boas
obras (norma).
Para que
serve a Lei? É uma pergunta ampla, mas aqui deve ser entendida como aquela que
tem a função de ensinar ao povo a reconhecer a sua maldade (espelho).
Lutero,
em uma de suas Conversas à Mesa, em 1541, relatou sobre o pecado original: “Nós
teríamos uma vida bem-aventurada, se não fosse o pecado original. Nosso Senhor
Deus diz: faça aquilo que lhe ordeno e deixe-me reger. Mas nós queremos ser
Deus e queremos reger. Então por nossa causa e nossas ações, que toda a
desgraça e tormento sobrevêm a nós”.
A Lei,
além de mostrar que nada merecemos senão a condenação eterna, também nos diz
que os sofrimentos da vida presente não são acidentes, mas o normal. Tudo o que
a Lei (em um de seus usos) nos mostra é a realidade do ser humano, é o
desespero.
Para que serve o Evangelho? O Evangelho
(a Boa Notícia) apresenta o Verbo Encarnado (Jo 1.14), pois ele é a promessa de
Deus em Gênesis 3.15, que nasce para ser o Emanuel, o Deus Conosco, que vem com
a missão de salvar e estar com o pecador destruído pela Lei.
Lei e Evangelho é pressuposto bíblico. Apenas
um exemplo a ser citado é Paulo. A sua vida foi de sofrimento, e em 2 Coríntios
11.24-28 ele descreve uma enorme lista das dificuldades que passou na vida, mas,
mesmo assim, diz: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o
Pai de misericórdias e Deus de toda consolação. É Ele que nos conforta em toda
a nossa tribulação...” (2Co 1.3,4a). Paulo, mesmo passando por momentos
complicados, soube enfatizar a mão de Deus como a origem do verdadeiro consolo; ele sabia e sentiu na própria pele
todo tipo de tribulações, mas ouviu de Deus; “A minha graça te basta” (2Co
12.9).
A grande
verdade é que as pessoas olham para a Igreja em busca de consolo. Será que
estamos levando consolo ou estamos piorando a situação?
Walther,
em seu tempo, percebeu o que hoje ainda continua acontecendo na proclamação da
Palavra de Deus. Ele diz: “O confundir Lei e Evangelho que é comum entre as
seitas em nada mais consiste do que eles instruírem pecadores desesperados a
conquistar seu caminho para a graça através de oração e luta interior, até que
sintam a graça morando neles, em vez de levá-los à Palavra e Sacramentos”.
No
momento em que Igreja faz isso (mistura, omite ou enfatiza mais Lei do que
Evangelho), ela não é proclamadora do verdadeiro consolo que provém de Deus,
pois está enfatizando a obra humana para alcançar a graça. Isso não é bíblico.
O papel
da Igreja não é cair no antinomismo, não podemos descartar a Lei. Quando se
entra no jogo do antinomismo, está se deixando de falar em pecado. Aí está o
grande perigo, pois sem a doença, não há cura; sem a Lei, o Evangelho não tem
sentido.
O papel
da Igreja é jamais perder de vista as duas grandes verdades da Escritura: a
absoluta perdição do ser humano (Lei), mas ao mesmo tempo a obra de Cristo em
favor do perdido (Evangelho). O verdadeiro Evangelho não se destaca sozinho,
mas se destaca a partir da Lei; somente se dá valor ao Evangelho quando se está
sob o efeito pesado da Lei. Enquanto que a Lei mostra a doença e escancara quem
realmente é o ser humano e o que ele merece (morte, desespero), o Evangelho dá
a cura, o perdão e o consolo.
Cremos, ensinamos e confessamos a
distinção entre Lei e Evangelho, pois “a tua ruína, ó Israel, vem de ti, e só
de mim, o teu socorro” (Oséias 13.9). Sendo assim, o papel da Igreja não é o de
pregar ou Lei ou Evangelho. Mas pregar ambos – Lei e Evangelho.
Pastor Leandro Born
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