Os recordes de
audiência da novela Avenida Brasil fizeram com que a própria
presidente Dilma Rousseff alterasse a data de um comício em
São Paulo nesta sexta-feira (19/10), na hora do último capítulo.
Concluíram que “não haveria ninguém” para prestigiar a
presidente. Eles têm razão. Conforme pesquisa, nos últimos
dias sete em cada dez pessoas que assistiam TV em São Paulo
estavam ligadas na novela das 21h – que representa a média
nacional. Ninguém pode menosprezar os motivos para tanta
audiência, sobretudo nos quesitos qualidade técnica,
interpretação, roteiro das novelas da Globo. Mas é preciso
refletir em algumas coisas.
Dias atrás,
caminhando pela calçada, ouvi uma menina de uns três anos
dizendo para a mãe: “O Max não morreu, ele vai voltar e ficar
com a Carminha”. Fiquei pensando com meus botões: O quê passa
na cabeça de uma criança ao assistir esta novela? Aliás, até
onde as novelas moldam a vida dos brasileiros? Traição,
adultério, poligamia, licenciosidade, libertinagem sexual,
enfim, um mundo de coisas que até tempos atrás eram imorais
para a grande maioria. E hoje? As novelas, com poucas
exceções, condenam injustiças sociais, falcatruas,
desonestidade, roubos – este tipo de imoralidade. Mas
impiedosamente elas maltratam os conceitos tradicionais do
casamento, da família, da sexualidade. E quando padres,
pastores, religiosos cristãos são interpretados, tais
personagens geralmente são moralistas hipócritas, falsários, e
até motivo de avacalhação.
Avenida Brasil está
no fim, mas o quê as crianças, jovens e adultos aprenderam
sobre o matrimônio? Vale ainda a recomendação(?): “Seja fiel à
sua mulher e dê o seu amor somente a ela” (Provérbios 5. 15);
“Que o casamento seja
respeitado por todos, e que os maridos e as esposas sejam
fiéis um ao outro”(Hebreus 13.4). Se não tirarmos os
pequenos da sala na hora da novela, que ao menos digamos a
eles em certas cenas: Isto é feio!