sábado, 28 de fevereiro de 2009

O Cristão e o Carnaval

O carnaval está aí. E com ele, muita festa, muita alegria (de pouca duração) e também muitos perigos. Afinal, os limites do bom senso e dos valores morais e até religiosos, serão atropelados por muitos, nessa que é a “festa da carne” – o carnaval. É feriado nacional. Aliás, feriadão, para muitos. Uma incontável soma de dinheiro foi gasta com a preparação. E igual, ou maior, será a quantia gasta nos dias da grande festa.

A recomendação é: cautela e cuidado em tudo. Avalie bem o que vai fazer na rua, nos clubes, nos desfiles, na estrada. Você vai fazer a diferença para o melhor ou para o pior. São muitos os aspectos que envolvem esses dias de folia de total
afrouxamento moral que precedem a Quarta-Feira de Cinzas. Não há espaço para abordá-los aqui. Por isso convido os leitores para olharmos o carnaval sob a ótica cristã, sob o crivo da fé. E aí surge a primeira pergunta: como fica o cristão diante dessa festa “do mundo”, no qual ele vive, mas ao qual “não pertence”?. A partir da sua fé, o cristão já vive a expectativa da pátria eterna, o céu.

A resposta começa com outra pergunta: O que Deus deseja que o cristão faça aqui no mundo? Ora, Deus em sua Palavra, diz Ele que nos chamou à fé em Cristo Jesus.
Primeiro, para a nossa salvação. Segundo, para sermos suas testemunhas. E para isso, Ele sacrificou o seu Filho amado na cruz. Por esse ato “cruel”, mas amoroso, Ele nos deu uma nova situação de vida, nos adotou como seus filhos. E nessa condição, não mais vivemos para nós mesmos (para o mundo), mas (no mundo) para Aquele que nos chamou das trevas (do pecado) para a sua maravilhosa luz (a fé). Diz o apóstolo Paulo: “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim”.

Logo, o cristão ao confrontar-se com o carnaval, terá novas perguntas para responder. Posso participar da folia do carnaval? Posso dar ali um testemunho da minha fé? Posso ser ali um exemplo de atitudes cristãs? Não darei oportunidade exagerada e perigosa ao pecado? Irei proclamar as virtudes d’Aquele que me chamou das trevas para sua maravilhosa luz? Entre os conselhos e advertências do apóstolo Paulo, que se declarava o maior pecador entre todos, mas ao mesmo tempo acolhido pela graça e o amor de Deus, diz: “Podemos fazer tudo o que queremos.” Sim, mas nem tudo é bom.

“Podemos fazer tudo o que queremos”, mas nem tudo é útil. (1 Co 10.23). Ou seja, a partir da fé e do amor de Deus em sua vida, o cristão é livre para decidir o que dizer e fazer, em todas as circunstâncias do seu viver. Ele sempre vai levar em conta o que é melhor para o Reino de Deus, para o próximo e para si mesmo. E isso também vale para o carnaval.

Nesse contexto, muitos cristãos aproveitam o carnaval para investir o melhor do seu tempo na sua família, amigos, em si mesmo e no seu relacionamento com Deus, em retiros ou leituras e reflexões particulares. A decisão é de cada um. Só não
vale julgar a decisão dos outros. De nossa parte, oramos e torcemos para que a “festa da carne” não se sobreponha à festa do amor, da paz, da alegria duradoura, da vida e dos valores que duram para sempre.

Texto extraído do Jornal NH do dia 19 de fevereiro de 2009.
Escrito por Rev.Nilo Wachholz